quinta-feira, 24 de maio de 2012

[Artigo] A literatura fantástica no Brasil





Apesar da grande alavancada sofrida nos últimos anos - de Harry Potter à Crepúsculo -, a literatura fantasica ainda sofre com o preconceito de uma sociedade retrógrada e de não incentivo a leitura. 

O Brasil nunca teve uma cultura de leitores ativos e vorazes. É fácil perceber o porquê disso quando se é levado em conta como crianças e adolescentes, que poderiam muito bem ser uma geração culta e leitora, não são incentivados em momento algum a abir um livro, mas passam direto à tevê, pulando de canal em canal - de um besteirol ao outro.


Sem mencionar o quão desolador é perceber que escolas e bibliotecas, que deveriam ser as principais fontes de incentivo, acabam traumatizando e afastando ainda mais crinaças e jovens ao tentar enfiar 'goela a baixo' classicos que nenhum não-leitor teria capacidade de entender e apreciar.


A leitura é um processo continuo, como aprender a andar.É preciso dar um passo de cada vez, com calma, para depois de muito esforço estar estavel e equilibrado em duas pernas, o mesmo acontece com a leitura, empurrar um classico a alguem que está apenas começando a ler é quase tão absurdo quanto obrigrar um bebê a correr uma maratona com saltos. E é ai que a literatura fantástica entra.


Veja bem, um pré-adolescente que está apenas começando sua vida literária irá, com certeza, dormir - ou odiar - e se desinteressar pela literatura se for obrigado a ler A Carta de Pero Vaz de Caminha ou Os  Sertões de Euclides da Cunha, mas dê a ele um exemplar de Harry Potter - onde alguém precido com ele embarca em uma grande aventura e tira grandes e importantes lições de vida disso -, pronto, um novo leitor está começando ser formado. Não que qualquer A Carta ou Os Sertões não sejam bons livros, ao contário são ótimos e inegavelmente importantes.

A questão maior aqui é que a literatira fantastica, principalmente, é uma ótima maneira de introduzir alguém ao mundo da leitura - seja essa pessoa uma criança, um adolescente, um adulto ou idoso, por que não? - e está sendo pobremente aproveitada.

Um bom exemplo de como esse gênero é tão importante é prestar atenção ao mercado editorial, que cresceu perceptivelmente na última decada, graças ao boom fantastico que - posso afirmar sem medo - começou o bruxinho da cicatriz de raio e se estendeu à vampiros, lobisomens, lobos, anjos, fadas, titãs e deuses gregos e o que mais o a imaginação permetir. As editoras abriram os olhos e cada vez mais investem na categoria para jovens-adultos - assim como infanto-juvenil.


Que atire a primeira pedra quem não percebeu o aumento significativo de leitores em nosso país após ao boom de J.K. Rowling ou Stephenie Meyer e o que isso significa para nossa sociedade de não-leitores, mas, principalmente, que abra os olhos quem ainda taxa literatura fantástica como história para criança dormir.
Postado por Toca da Loba às 17:44