[Review] Fahrenheit 541, Ray Bradbury


Olá pessoal, tudo bom com vocês? Espero que sim! Eu andei meio sumida essa última semana por causa de uns probleminhas de saúde, mas já está tudo bem.

Editora: Globo
Fahrenheit 541, Ray BradburyPáginas: 215
Publicação: 2003


Imagine uma época em que os livro configuram uma ameaça ao sistema, uma sociedade onde eles são absolutamente proibidos. Para exterminá-los, basta chamar os bombeiros - profissionais que outrora se dedicavam à extinção de incêndios, mas que agora são os responsáveis pela manutenção da ordem, queimando publicações e impedindo que o conhecimento se dissemine como praga. Para coroar a alienação em que vive essa nova sociedade, anestesiada por informações triviais, as casas são dotadas de televisores que ocupam paredes inteiras de cômodos, e exibem "famílias" com as quais se podem dialogar, como se estas fossem de fato reais. Este é o cenário em que vive Guy Montag, bombeiro que atravessa séria crise ideológica.


Antes de qualquer coisa me sinto no dever de dizer que Fahrenheit 451 não é, em hipótese alguma, um livro para entretenimento. Muito ao contrario, a obra de Ray Bradbury esbanja reflexões filosóficas e sociais, despertando todo o tipo de sentimento no leitor- a maioria deles, não muito agradável – é um livro que deve ser lido com calma, dissecado e analisando frase por frase, aproveitando cada pedacinho.

O livro conta a estória de uma sociedade distópica onde ter um livro em casa é um gravíssimo crime. Sua penalidade? Queima do livro e prisão do dono – muitas vezes em um hospício. O esquadrão de bombeiros é quem aplica a sentença, treinados e equipadas para por em chamas qualquer sinal do temível perigo em capítulos, eles garantes um bom show a cada denuncia.

A trama é contada a partir do ponto de vista de Guy Montag, um bombeiro que após conhecer Clarisse, sua nova vizinha que tem mania de fazer coisas estranhas como conversar e pensar demais, ver sua mulher quase morrer após uma overdose de comprimidos para dormir, e conhecer uma senhora que preferiu morrer queimada juntamente com seus livros a se separar deles, começa a se questionar sobre sua sociedade e porque os livros são tão odiados.

Um aspecto bem interessante em Fahrenheirt 451 é que as pessoas sabem ler, elas foram alfabetizadas, leem seus manuais técnicos e programações de suas televisões, entretanto os livros em geral- as ciências humanas - formam abolidos. Abolidos, banidos, proibidos, sim! Mas não por um órgão governamental, as próprias pessoas decidiram parar de ler.

Fahrenheit 541 é sem dúvidas um livro perturbador, pois apesar de ser uma distopia está incrivelmente perto da nossa realidade, onde as pessoas sabem ler, mas a grande maioria não lê – prefere ficar fazendo qualquer outra coisa. 


Postado por Toca da Loba às 10:37